quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Amar'iamos.


Gostaria que você estivesse aqui.
Que meu ombro doesse com a sua cabeça deitada nele, dormindo, enquanto eu faria carinho no seu cabelo até dormir também. Queria ir a uma festa ruim, ter que suportar aquelas pessoas que não gosto e todo o tipo de coisas, somente para te deixar contente, e então no fim da festa eu olharia para você e diria que foi a melhor noite que tive na minha vida - e nunca seria uma mentira porque todas as noites na minha vida seriam as melhores junto de ti. Depois, acordaríamos com ressaca naquele domingo em que teríamos um almoço em família e você como sempre teria vergonha de meus pais, eu diria para não se importar, você concordaria, eu sorriria de canto e beijaria sua testa. Queria olhar filme contigo e ficar tão empolgado contando o quanto vale apena assisti-lo que em um momento eu iria deixar escapar alguma coisa que certamente faria ele não ser tão surpreendente assim. Mas você riria comigo, e eu contigo também. Então recordaríamos de nossa infância vendo fotos velhas naquele álbum cheio de poeira que sempre esteve debaixo da cama e você nunca soube qual o motivo da rinite. Em todas as segundas nos despediríamos com beijos todas às manhas e teríamos manias estranhas que só nós iríamos compreender. Com o passar do tempo iríamos desenvolver um idioma próprio, uma espécie de comunicação de carne e osso com pensamento e fala. À tardinha, sairíamos para correr e você me deixaria para trás porque eu nunca tive uma boa resistência, não correndo. Faríamos guerras de garrafas d'água, dormiríamos tarde, sentaríamos para ver o nascer do sol sem perceber que o prédio da frente iria tapar nossa visão, mas não nos importaríamos nunca, não nos chatearíamos com isso, estaríamos sempre lado a lado. Você me contaria sobre a nova promoção que ganhou no emprego e eu lhe pediria ajuda na minha coluna diária para um jornalzinho matinal. Teríamos uma vida confortável. Nos finais de semana sairíamos sem rumo de carro para conhecer lugares novos, no caminho eu contaria piadas sem graça e você riria comigo para me fazer feliz. Visitaríamos seus pais, visitaríamos meus pais. Eu tentaria cozinhar e fazer um jantar romântico, a comida queimaria e teríamos que pedir uma pizza pronta. Deitaríamos um olhando para o outro. O tempo iria passar. Adotaríamos um cachorro. Casaríamos. Teríamos filhos. Brigaríamos para escolher o nome deles e você sempre iria ganhar esse tipo de disputa. Os educaríamos. Eles cresceriam, seriam felizes. Depois de longos anos, nos veríamos só nós dois novamente, você deitaria sua cabeça em meu ombro, até ele ficar dolorido, eu não me importaria, faria carinho em seu cabelo até dormirmos, juntos. Um dia bem velhinhos um de nós partiria. E então outro levaria rosas no tumulo, todos os dias. E resolveria escrever um diário contando como foi à história dos dois. Finalmente, depois de longos anos nós iríamos compreender: o porquê de nunca ter dado certo com as outras pessoas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

“E se?”

                "E se?" uma triste história contada pela sobras do que nada resta, um suspiro aqui, um riso acolá, definitivamente o seu tempo passou. Ainda há lembranças existentes de algo real onde tudo se parece imaginário. Sou um museu de memórias velhas esperando o tempo passar e como todo museu as lembranças são as únicas coisas que o sustentam. Então, aos poucos toda abstração que eu sentia na vida, tomou rumo de conteúdo algum, e o sentimento, o ser-sentir, tornou-se igualmente ar que se dissipa no vento e mesmo que tentamos agarra-lo, não conseguimos, é impossivel da mesma maneira que sabemos que está ou já esteve lá, não se faz forma definida e natural, quando antes eu ser era sentimental, quando muito agora, em que tudo se resume em saber o que é bem e mal.
                O apetite da vida se torna mais fraco cada vez que desdenhamos sabores mais audaciosos. Conforto, não é uma palavra mas sim um punhal para a inspiração.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Se. gundos

                O silencio de uma tranqüilidade noturna a beira da sacada com um copo da café em mãos,a necessidade de auto planejamento nos trouxe aqui, neste entremeio de livros exatos onde os contos absolutamente inúteis transcendem a decadência do mesmo. O que será ? Filosofias expressas e absurdas não vão apetecer alguma imagem embaçada, não trazem a solução exposta em uma problemática perversa, escrevo mais rápido do que meu cérebro pode pensar e uso este como algum tipo de teste masoquista. Como quem falasse o tempo inteiro, sem mesmo perceber que o tempo, também varia. Varia de pessoa para pessoa, espera para espera, amor para amor. Essa observação do que somos-seremos-seriamos-fomos, é tão irreal quanto uma analogia do tempo, a única coisa que nos resta é uma utopia variável entre, ser mesmo real ou imaginário de acordo com nossas vontades.
                Novo parágrafo. Isso me leva a pensar em um novo assunto, posto que a idéia de tempo não me foge a cabeça e qualquer cabimento útil nessa expressão, fará com todo o pensamento mude novamente. Acolá, sentir é a única indelicadeza do tempo regido em notas perfeitas de uma sinfonia impecável, poucos são os que podem ouvir as musicas expostas nessa intranqüilidade mundana, e qualquer má interpretação deste final, nos trata em uma retórica conotativamente perfeita, afinal, foi apenas um discurso vazio para o tempo passar.