sexta-feira, 21 de outubro de 2011

B'onecos de pa'peis

            Eu deixaria de estudar e não deixaria de escrever. Essa, é minha única forma de comunicação com o meu mundo interior. Escrevo porque o grito que sai de dentro de mim, é muito mais forte que o rugido de um leão que tem fome. Escrevo em busca de alguma coisa que perdi no meu passado e constantemente olho para as linhas que transcorrem uma folha, e não consigo enxergar nada, então eu avanço mais e mais, eu escrevo mais e mais. Até que minha loucura seja simplesmente saciada, nas paginas do tempo, quando outros estarão lendo ainda que por desgraça, paginas de minhas memórias onde que por mais força de vontade, pude perceber o único sentido existente na vida. Onde somos bonecos de papeis controlados por meninos tolos que brincam em uma sala de aula, e sem segurança alguma, somos jogados em direção a parede e nos desfazemos.
            Por isso cada vez que lembro em que sentido eu escrevo ou o motivo para fazê-lo, lembro do grito de uma criança clamando por sobrevivência perdido ao meio de uma tempestade em um mundo desconhecido. E nesse momento, sou apenas aquele pequeno menino sendo pisoteado, correndo para buscar seus barquinhos de papeis que são levados pelo água, assim como os bonecos eram arremessados na parede. Assim o universo inteiro se desfaz de uma forma tão sutil e natural, em que o único motivo que surge em minha visão, é dentre linhas, expor um pensamento de que em talvez um dia, alguém como eu, como nós, compreenda-nos. E por uma busca claramente incessante, seremos finalmente eternizados, naquelas mesmas folhas velhas que um tempo depois serão arremessadas na parede por aquelas mesmas crianças que brincavam durante a aula.
           Assim se desfaz o sentido da eternidade , nas folhas da aventura de uma história contada por loucos que um dia imaginaram que todos nós podíamos ser eternizados, em simples capas, em uma estante de vidro, e lá, estaria depositado todo o nosso sentido vivido.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

r' e

                Dia após dia a nostalgia do passado é o único presente que se defronta diante do espelho. Lembranças, memórias, tudo isso de alguma forma é o que faz o tempo passar, uma companhia infinitamente solitária, afinal, é assim que as coisas são-estão de verdade, de forma  alguma quero fazer drama, mas explicar que no fundo, todos morreremos sozinhos...
                Finjo-me de louco, onde poucos podem ser normais, um mundo as inversas. Onde todas as coisas que realmente fazem sentido foram esquecidas, quando a sutileza não é mais ou menos útil que papel higiênico para escovar os dentes.  Assim, rodeados de elementos que nos tornam cada vez mais distantes ou de festas que nos tornam cada vez mais vazios, perseguimos o sonho de sermos completos, mesmo que ninguém se dê por conta de que somos escravos justamente da maneira que levamos a vida, ou que fingimos vivê-la.
                Acolá, conheço amores nascidos no lodo do mar, lá onde Álvares de Azevedo dizia que "se encontram as perolas".  O fato é: combinações lógicas não existem, o mais intrigante é fugir da lógica e da regra, o mundo não é um calculo matemático ou algum tipo de função onde deriva-se a existência, viver é muito mais do que existir, a única lógica tragavelmente certa é de que a vida é uma repleta teoria do caos, esqueçam a física, a matemática, a química ou o que combina ou não. "o sorriso dela, foi o suficiente" disse o amor que vi nascer onde se encontram as pérolas.