terça-feira, 10 de agosto de 2010

Another "

 
 

Queria ter a sutileza de saber que se me mantesse em uma linha imaginária de perfeição, seria perfeito para sempre, assim como todo mundo sugere.

Queria voltar a ser criança e no passado ter aprendido a dançar como ninguém, para que nos passos desordenados eu brincasse que a vida se resumia em uma estória como as que escrevemos em um papel e decidimos se são verdades, ou não.

 

Queria saber mentir. Queria também saber desviar o meu olhar para o lado quando minha visão assim não for muito boa.

Lembro de quando por vezes você me dizia que os passos do mundo podiam ser dados com as mãos.

E eu como uma criança boba acreditava que todo aquele sonho podia ser real.

Que um dia eu teria asas de verdade.

Que poderia ser quem e como eu quisesse.

E essa vontade me faz esperar do tempo, a eternidade de um futuro sem fim, esperando uma resposta em cada gesto, cada som, cada palavra. Para cada ação que poderia ser determinante para quem vive um sonho.

 

Lembro-me de como era gostoso e carinhoso o modo como você falava de minhas qualidades e meus defeitos, o modo como você me repreendia. E no final acabava me ensinando tudo que poderia aprender em um ano de escola. 

Acho que sempre esperarei de mim as mesmas respostas que tive com você.

Serei sempre a espera de um resultado que quase deu certo.

E esse meio termo, é tão assustador que me faz instigar que o tempo é cruel para quem não vê.

Aprendi nas respostas do tempo, que ele mesmo se faz sábio em cada gesto.

Recordo-me do passado morto. Em que eu vive mil anos, em cem dias...

Talvez a lembrança seja ruim para quem a sente. Mas para mim. Ela apenas... é.

Sem sentido de bondade ou beleza, discórdia ou amor, tempo e eternidade, ela apenas é.

E é como deveria ser qualquer outra memória em que nos joga onde não queríamos estar. E nos repreende em um mundo de sonhos, onde passamos a limpo uma linha inteira da eternidade, enquanto por fim esperamos os resultados de uma delonga tão longa. Que nos joga a espera de um buraco qualquer para que possamos respirar como peixes fora d'agua .  

Mantendo as virtudes medianas das quais todos foram acostumados a possuir.

E assim desajeitadamente, apreciamos os olhares do mundo como se fossemos mais um qualquer com uma pequena idéia, do que talvez realmente poderia ter sido.

 

 

 

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