Talvez a metade de mim nunca fosse o suficiente para entender tudo o que eles queriam dizer com aquelas explicações lógicas, sobre o que deveríamos fazer, somar, calcular, multiplicar, ser. Sempre de algum modo ou outro, fui intrigado com tudo.
Olhares, bocas, palavras.
O mundo que me pertence, é uma cópia falsa da realidade em que vivo.
O meio não me contenta somente em ser como uma linha com fim.
Talvez o meu fim seja tão incerto quanto à velocidade que tudo gira dentro de minha mente. Mas se for para ser igual, prefiro conviver com a certeza da intensidade que marca, do que com a monotonia do tédio que mata.
Nunca pertenci e nunca soube como seria a calmaria de um mar sem ondas, apesar de já ter tido sonhos com tal.
Definitivamente, eu acho que seria o cara errado para qualquer pessoa que me estivesse por perto, duvidas são traidoras até mesmo para quem as vê. Um coração que dói não pode ser renascido com um choque elétrico. Talvez eu tenha encontrado meu ponto de repouso agora, e isso é bom. Não me pergunte por que. Nem em um milhão de anos saberei a reposta. A bondade não necessita de explicação lógica a não ser, ser boa.
Na verdade, a intensidade funciona assim, nunca perguntamos o porquê, na verdade poucos perguntam. Porque quando nos deparamos, estamos expostos em um campo de batalha, sem capacete e nem fuzil na mão. E nossa única reação, é seguir o que acontece, seguir nosso instinto que nesse momento, preza por nossa vida. E nossa vida não é tão somente, sobreviver. Nossa vida se estipula em, viver. É incrível como os perigos de um caminho escuro podem ser tão assustadores a alguns e tão atraentes para outros, eu sou do tipo que me viciei no perigo do beijo desconhecido, no medo do caminho escuro e na ansiedade da próxima espera. E de maneira alguma poderei ser diferente. Pertenço a um mundo que talvez eu tenha inventado somente para mim, mas duvido dessa realidade. Porque existem tantos outros que encontro nesse caminho, e quer saber? Eu me apaixono por eles. Apaixono-me pela sutileza e pela leveza com que trata toda aquela incógnita, e isso só me da vontade de querer mais e mais, defrontando-me ao vicio de não ser comum. E com todas as discórdias, definitivamente deve ter algo de errado comigo. Ora, quem já viu alguém amar as pessoas e usar as coisas?
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