segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O sentido

        Ler ao som desta melodia :
( http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=zbjMEUmwp2o )

         Algum remédio, uma família harmoniosa, embalado por uma trilha sonora. Assim de repente, tudo é tão confortável. A cadeira do computador, o ar que corre o meu quarto e respiro lentamente. A existência, antes, valorizada demais por quem quer adquirir sem sentir, como se um poço vazio tomasse conta de todas as suas recompensas. Sendo ele próprio a perfeita solução de todas as intempéries e dores do mundo, o resgate de um coração, um vazio divinamente adequado. Como se fosse embalado por uma trilha sonora mesmo sem musica e o mais confortável momento é quando você deita na cama e então percebe que tudo que é material é apenas parte de uma insatisfação sem graça que logo você vai esquecer assim que vier objetos melhores. No entanto o que sobra é o que faz sentido, as pessoas não são melhores nem piores,de alguma forma são únicas, os amigos, à família, uma comunicação doce e calma de tudo que resta, o quanto as coisas simples, são tão necessárias quanto o ar, quanto Deus, quanto qualquer significado exato e sentido. E então o sentir torna-se tão forte e ao mesmo tempo tão confortável que o que você mais espera é que o tempo congele no seu ponto de refugio, com a vista para a praça, um apartamentinho no terceiro andar, onde todas as viagens, sentidos, explicações e lógicas ocorrem dentro das paredes e as conclusões estão nos sorrisos que o rodeiam, é tão doce e calmo.
Um ponto perfeito no labirinto de idéias e falsidades que ocorrem lá fora.
Sou apenas um menino que espero os dias passarem e de alguma forma, gosta de ser feliz, assim, em seu ponto de refugio, na raia de brincadeiras de pega pega, onde o melhor momento de sua vida, está resumido em alguma melodia acompanhado de sua família e do que gosta. Sem ter de sair lá fora, não por medo, mas somente por vontade de ficar um pouco mais na raia da brincadeira de pega pega, até meus pais, me chamarem para dentro.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E. 'vous

      Tenho em mim sonhos dos sonhos do mundo, tarefas irrealizáveis de uma realidade não contada. O que transcende é uma imaginação suave de como poderia ter sido. Aos poucos olhando fotos velhas de uma vida em que não pertence, o que se espera é que o futuro apague essa combinação incrivelmente certa de dar errado. Então como em um livro de histórias infantis às páginas vão sendo viradas,  heróis enfrentando dragões, sapos virando príncipes, princesas sendo acordadas com beijos. Todas as coisas que ouvimos na infância sobre fantasia continuam valendo, esperando a frase de termino "E eles viveram felizes para sempre". Mas o que acontece quando o sempre de outra pessoa é invadido pelo sempre de seu pensamento, ou quando simplesmente as coisas bagunçam e uma estória sem graça vira um conto de fadas-terror-afrodisiaco ao mesmo tempo. O que acontece quando na rua dobramos a esquerda, quando deveríamos dobrar a direita e tudo muda, assim, de repente dois futuros opostos se igualam se encontram e por uma pequena fração de tempo, caminham juntos. Como duas retas paralelas, que sabem desde o inicio, que retas paralelas não se encontram, mas por um erro improvável do destino a física foi contrariada e toda matéria humana veio junto, verbos perfeitos olhando um para os olhos do outro, palavras invejáveis de qualquer literatura.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Amar'iamos.


Gostaria que você estivesse aqui.
Que meu ombro doesse com a sua cabeça deitada nele, dormindo, enquanto eu faria carinho no seu cabelo até dormir também. Queria ir a uma festa ruim, ter que suportar aquelas pessoas que não gosto e todo o tipo de coisas, somente para te deixar contente, e então no fim da festa eu olharia para você e diria que foi a melhor noite que tive na minha vida - e nunca seria uma mentira porque todas as noites na minha vida seriam as melhores junto de ti. Depois, acordaríamos com ressaca naquele domingo em que teríamos um almoço em família e você como sempre teria vergonha de meus pais, eu diria para não se importar, você concordaria, eu sorriria de canto e beijaria sua testa. Queria olhar filme contigo e ficar tão empolgado contando o quanto vale apena assisti-lo que em um momento eu iria deixar escapar alguma coisa que certamente faria ele não ser tão surpreendente assim. Mas você riria comigo, e eu contigo também. Então recordaríamos de nossa infância vendo fotos velhas naquele álbum cheio de poeira que sempre esteve debaixo da cama e você nunca soube qual o motivo da rinite. Em todas as segundas nos despediríamos com beijos todas às manhas e teríamos manias estranhas que só nós iríamos compreender. Com o passar do tempo iríamos desenvolver um idioma próprio, uma espécie de comunicação de carne e osso com pensamento e fala. À tardinha, sairíamos para correr e você me deixaria para trás porque eu nunca tive uma boa resistência, não correndo. Faríamos guerras de garrafas d'água, dormiríamos tarde, sentaríamos para ver o nascer do sol sem perceber que o prédio da frente iria tapar nossa visão, mas não nos importaríamos nunca, não nos chatearíamos com isso, estaríamos sempre lado a lado. Você me contaria sobre a nova promoção que ganhou no emprego e eu lhe pediria ajuda na minha coluna diária para um jornalzinho matinal. Teríamos uma vida confortável. Nos finais de semana sairíamos sem rumo de carro para conhecer lugares novos, no caminho eu contaria piadas sem graça e você riria comigo para me fazer feliz. Visitaríamos seus pais, visitaríamos meus pais. Eu tentaria cozinhar e fazer um jantar romântico, a comida queimaria e teríamos que pedir uma pizza pronta. Deitaríamos um olhando para o outro. O tempo iria passar. Adotaríamos um cachorro. Casaríamos. Teríamos filhos. Brigaríamos para escolher o nome deles e você sempre iria ganhar esse tipo de disputa. Os educaríamos. Eles cresceriam, seriam felizes. Depois de longos anos, nos veríamos só nós dois novamente, você deitaria sua cabeça em meu ombro, até ele ficar dolorido, eu não me importaria, faria carinho em seu cabelo até dormirmos, juntos. Um dia bem velhinhos um de nós partiria. E então outro levaria rosas no tumulo, todos os dias. E resolveria escrever um diário contando como foi à história dos dois. Finalmente, depois de longos anos nós iríamos compreender: o porquê de nunca ter dado certo com as outras pessoas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

“E se?”

                "E se?" uma triste história contada pela sobras do que nada resta, um suspiro aqui, um riso acolá, definitivamente o seu tempo passou. Ainda há lembranças existentes de algo real onde tudo se parece imaginário. Sou um museu de memórias velhas esperando o tempo passar e como todo museu as lembranças são as únicas coisas que o sustentam. Então, aos poucos toda abstração que eu sentia na vida, tomou rumo de conteúdo algum, e o sentimento, o ser-sentir, tornou-se igualmente ar que se dissipa no vento e mesmo que tentamos agarra-lo, não conseguimos, é impossivel da mesma maneira que sabemos que está ou já esteve lá, não se faz forma definida e natural, quando antes eu ser era sentimental, quando muito agora, em que tudo se resume em saber o que é bem e mal.
                O apetite da vida se torna mais fraco cada vez que desdenhamos sabores mais audaciosos. Conforto, não é uma palavra mas sim um punhal para a inspiração.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Se. gundos

                O silencio de uma tranqüilidade noturna a beira da sacada com um copo da café em mãos,a necessidade de auto planejamento nos trouxe aqui, neste entremeio de livros exatos onde os contos absolutamente inúteis transcendem a decadência do mesmo. O que será ? Filosofias expressas e absurdas não vão apetecer alguma imagem embaçada, não trazem a solução exposta em uma problemática perversa, escrevo mais rápido do que meu cérebro pode pensar e uso este como algum tipo de teste masoquista. Como quem falasse o tempo inteiro, sem mesmo perceber que o tempo, também varia. Varia de pessoa para pessoa, espera para espera, amor para amor. Essa observação do que somos-seremos-seriamos-fomos, é tão irreal quanto uma analogia do tempo, a única coisa que nos resta é uma utopia variável entre, ser mesmo real ou imaginário de acordo com nossas vontades.
                Novo parágrafo. Isso me leva a pensar em um novo assunto, posto que a idéia de tempo não me foge a cabeça e qualquer cabimento útil nessa expressão, fará com todo o pensamento mude novamente. Acolá, sentir é a única indelicadeza do tempo regido em notas perfeitas de uma sinfonia impecável, poucos são os que podem ouvir as musicas expostas nessa intranqüilidade mundana, e qualquer má interpretação deste final, nos trata em uma retórica conotativamente perfeita, afinal, foi apenas um discurso vazio para o tempo passar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

B'onecos de pa'peis

            Eu deixaria de estudar e não deixaria de escrever. Essa, é minha única forma de comunicação com o meu mundo interior. Escrevo porque o grito que sai de dentro de mim, é muito mais forte que o rugido de um leão que tem fome. Escrevo em busca de alguma coisa que perdi no meu passado e constantemente olho para as linhas que transcorrem uma folha, e não consigo enxergar nada, então eu avanço mais e mais, eu escrevo mais e mais. Até que minha loucura seja simplesmente saciada, nas paginas do tempo, quando outros estarão lendo ainda que por desgraça, paginas de minhas memórias onde que por mais força de vontade, pude perceber o único sentido existente na vida. Onde somos bonecos de papeis controlados por meninos tolos que brincam em uma sala de aula, e sem segurança alguma, somos jogados em direção a parede e nos desfazemos.
            Por isso cada vez que lembro em que sentido eu escrevo ou o motivo para fazê-lo, lembro do grito de uma criança clamando por sobrevivência perdido ao meio de uma tempestade em um mundo desconhecido. E nesse momento, sou apenas aquele pequeno menino sendo pisoteado, correndo para buscar seus barquinhos de papeis que são levados pelo água, assim como os bonecos eram arremessados na parede. Assim o universo inteiro se desfaz de uma forma tão sutil e natural, em que o único motivo que surge em minha visão, é dentre linhas, expor um pensamento de que em talvez um dia, alguém como eu, como nós, compreenda-nos. E por uma busca claramente incessante, seremos finalmente eternizados, naquelas mesmas folhas velhas que um tempo depois serão arremessadas na parede por aquelas mesmas crianças que brincavam durante a aula.
           Assim se desfaz o sentido da eternidade , nas folhas da aventura de uma história contada por loucos que um dia imaginaram que todos nós podíamos ser eternizados, em simples capas, em uma estante de vidro, e lá, estaria depositado todo o nosso sentido vivido.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

r' e

                Dia após dia a nostalgia do passado é o único presente que se defronta diante do espelho. Lembranças, memórias, tudo isso de alguma forma é o que faz o tempo passar, uma companhia infinitamente solitária, afinal, é assim que as coisas são-estão de verdade, de forma  alguma quero fazer drama, mas explicar que no fundo, todos morreremos sozinhos...
                Finjo-me de louco, onde poucos podem ser normais, um mundo as inversas. Onde todas as coisas que realmente fazem sentido foram esquecidas, quando a sutileza não é mais ou menos útil que papel higiênico para escovar os dentes.  Assim, rodeados de elementos que nos tornam cada vez mais distantes ou de festas que nos tornam cada vez mais vazios, perseguimos o sonho de sermos completos, mesmo que ninguém se dê por conta de que somos escravos justamente da maneira que levamos a vida, ou que fingimos vivê-la.
                Acolá, conheço amores nascidos no lodo do mar, lá onde Álvares de Azevedo dizia que "se encontram as perolas".  O fato é: combinações lógicas não existem, o mais intrigante é fugir da lógica e da regra, o mundo não é um calculo matemático ou algum tipo de função onde deriva-se a existência, viver é muito mais do que existir, a única lógica tragavelmente certa é de que a vida é uma repleta teoria do caos, esqueçam a física, a matemática, a química ou o que combina ou não. "o sorriso dela, foi o suficiente" disse o amor que vi nascer onde se encontram as pérolas.

sábado, 10 de setembro de 2011

M. iss

       Sinto sua falta. Ando pelas ruas, vales, estradas. Olho para os prédios e pergunto: Cadê Você? Cadê a vontade que me corrói de te ter por perto? Por mais que eu tente não pensar em ti, a minha fantasia avança ao ponto de que continuo a perguntar: Cadê você?

       E assim, avançando rápido a passos tortos, deixo de lado toda a promessa que fiz um dia, eu não sou-estou o melhor de mim mesmo, eu te devo. Devo-te a te mostrar algo que antes estava tão explicito e agora, coberto por tempo e destino, deixou de ser sutil "sutil e doce" como sempre minhas frases eram citadas "sutil e doce" em que buscava resquícios de poetas ou escritores celebres. Talvez tudo isso esteja escondido, ou então, associado a algum tipo de necessidade de autoflagelação, e mais uma vez eu volto à palavra mais citada no ultimo ano – talvez.

       Contudo, de tudo eu devo e me acoberto como uma mascara que causa afastamento de ti meu amor, também aos poucos, afasto de mim o meu ser. E então, entreposto nas imagens no ou do espelho, tanto faz. Tento ser simples e não consigo. Como se duas duvidas estivessem postas dentro de mim, e eu quisesse escolher o lado certo, sem deixar de perder o talento do lado errado. Portanto como diz Walt Whitman "Ó tenho sido demorado e bobo, deveria ter ido diretamente ao teu encontro, há muito tempo, não deveria ter segredado nada além de ti, não deveria ter cantado nada além de ti"
       Mas meu amor, sinto sua falta como eu nunca senti antes, entretanto, portanto, contudo e todas as conjunções necessárias, sinto também falta de mim. 







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. Lov e


                    Te amo tanto e tanto, que esse amor que transborda aos pedaços de meu corpo, literalmente me afoga do afagos e carências e eu não perdoo nunca à mim mesmo, então, sabendo assim, ser tão possivelmente impossível estar juntos de verdade, crio em mim barreira que nem um cego pode tocar.

                    Em meus sonhos meu amor, estamos lado a lado toda noite como um casal feliz.
Em minhas confidencias, me declaro mil vezes e poderia mais e mais até que o possível fosse simplesmente esgotado de tanto querer .
                    E com toda essa replica e suplica, e grito, não é com abstenção de meus sentimentos - que o faço assim sem dó - que vou poder toca-la uma única vez. Não é com meus prantos desesperados dentro de um quarto com a vista para a praça que vou poder arrancar do peito toda essa vontade de ti, e poder criar então, esse você, aqui, bem na minha frente, no lugar dessa vista toda, dessa vista que abandonaria por tua pele, teu calor, teu toque. E dentre outros abandonos, recriaria a mim mesmo, assim já, há tanto tempo perdido nessa procura por alguém algum.

                     Que de certa forma sempre foi o que precisei, sempre foi o que aos silêncios dentro de mim, mentia com risos e mascaras de felicidade, ah! e como mentia. À tudo e a todos estou sempre bem. Quisera eles soubessem, que atrás de todo coração frio, existe uma alma espedaçada, espedaçada pela ferrugem do tempo, pela falta de um corpo que nunca habita lá dentro.

                      Vem um, vai outro, ninguém fica, parece ser muito frio ou então muito quente.
 Mas ficar, não, ninguém fica.
 
                     Quisera ser o habitat perfeito de alguém que entre selva, esconde-se para ser achado, ou simplesmente, o destino deixe encarregar-se de apresentar.
Mas por favor que não demore ,é com força que esse meu amor se esvai, ele derrete, e escorre pelas mãos, como areia macia escorre das mãos de uma criança.
Ainda há tempo meu amor, desde lá espero você em meus sonhos sem forma que conheça, mas com sentidos que a deseje, interesse, toque e principalmente ame.
 Vivo de amor, e sem ele essa vontade torna-se em um campo gelado de concentração, onde são exterminados aos poucos, em grupos, cada um de meus sentidos.



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