Eu deixaria de estudar e não deixaria de escrever. Essa, é minha única forma de comunicação com o meu mundo interior. Escrevo porque o grito que sai de dentro de mim, é muito mais forte que o rugido de um leão que tem fome. Escrevo em busca de alguma coisa que perdi no meu passado e constantemente olho para as linhas que transcorrem uma folha, e não consigo enxergar nada, então eu avanço mais e mais, eu escrevo mais e mais. Até que minha loucura seja simplesmente saciada, nas paginas do tempo, quando outros estarão lendo ainda que por desgraça, paginas de minhas memórias onde que por mais força de vontade, pude perceber o único sentido existente na vida. Onde somos bonecos de papeis controlados por meninos tolos que brincam em uma sala de aula, e sem segurança alguma, somos jogados em direção a parede e nos desfazemos.
Por isso cada vez que lembro em que sentido eu escrevo ou o motivo para fazê-lo, lembro do grito de uma criança clamando por sobrevivência perdido ao meio de uma tempestade em um mundo desconhecido. E nesse momento, sou apenas aquele pequeno menino sendo pisoteado, correndo para buscar seus barquinhos de papeis que são levados pelo água, assim como os bonecos eram arremessados na parede. Assim o universo inteiro se desfaz de uma forma tão sutil e natural, em que o único motivo que surge em minha visão, é dentre linhas, expor um pensamento de que em talvez um dia, alguém como eu, como nós, compreenda-nos. E por uma busca claramente incessante, seremos finalmente eternizados, naquelas mesmas folhas velhas que um tempo depois serão arremessadas na parede por aquelas mesmas crianças que brincavam durante a aula.
Assim se desfaz o sentido da eternidade , nas folhas da aventura de uma história contada por loucos que um dia imaginaram que todos nós podíamos ser eternizados, em simples capas, em uma estante de vidro, e lá, estaria depositado todo o nosso sentido vivido.