Os seus pés descalços no chão, queimam no asfalto com o doce canto do silencio.
Somos o que fomos, e essa maneira errada de ser é o que nos estima a ser isso, uma junção de notas como em uma melodia perfeita. Como se o sopro de cada vento nos dissesse o próximo caminho a ser traçado nessa valsa, como se soubéssemos dançar com olhos fechados, deslizando sobre uma superfície inimaginável, inimaginável, mas delicadamente forte...
Olhamos um para o outro, essa confiança nos trouxe a tona de que nosso mundo é muito mais do que simples peças de teatro ou de cenas em filmes, somos uma junção de memórias e lembranças que o próprio tempo poderia ser o mensurável por esquecê-las...
Juntamente de uma eternidade seguimos a passos lentos, onde por estradas estreitas chegaríamos a um futuro delirante.
E mais uma vez quando sabíamos acima de tudo que nosso mundo ideal tornar-se-ia um ou outro, somando, nós. Caímos, caímos uma queda lenta e conflitante, sumimos no espaço, na dádiva do tempo, no valor das palavras, sumimos nos versos, nas linhas, nos parágrafos, desaparecemos. E toda essa lembrança do que poderia ter sido acho que ficou guardada em alguma pedra que caiu pelo caminho e nem ligamos, ou em algum casal que passou por nós enquanto dançávamos. Ao fim da festa somos a nossa sobra,
E quando não usamos mascarás nos perdemos a multidão igual aos outros, com uma vestimenta ideal de nossa idolatria, onde credo, expectativa ou chances.
Tornam-se apenas, sorte.
Quando dois olhos atingem um objetivo que não pode ser alcançado pelo seu corpo, viciam-se em olhar mais de perto.
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